A confusão mental da humanidade.
Atualmente existe uma grande confusão na humanidade em relação à disposição dos homens para com a simpatia, a situação matrimonial e o conceito da sexualidade. O momento presente transcorre de modo a fomentar muitas preocupações, aflições, invejas, ciúmes e amores infelizes incluindo assassinatos e homicídios….
Promessas de fidelidade e compromissos do casamento são freqüentemente ignorados.
A tudo isso podem ainda ser acrescentados os desvios sexuais, as perversões, o sadismo, a cleptomania, a piromania e outras coisas semelhantes. Algo também que está causando uma grande confusão entre os homens é o fato de existirem seres que sentem simpatia íntima por pessoas do mesmo sexo. Os homens caminham nas trevas no que se refere a tudo isto. Ouvem e vêem, mas não compreendem nada do que vêem ou do que estão experimentando. Qual é a explicação para tudo isto ?
O desfrute da árvore da ciência.
O que é realmente o que estamos experimentando ? Estamos experimentando que os homens estão desfrutando da « árvore da ciência ». O que é árvore da ciência ? É tudo o que vive, se move e existe ao nosso redor: seres humanos, animais, plantas e até o microcosmos assim como também os planetas, sóis, estrelas e galáxias. Em resumo, tudo aquilo que abarca a natureza e o universo que nos rodeia, com o qual podemos entrar em contato. Esta é árvore da ciência para o bem e para o mal. Toda a nossa experiência de vida é um contínuo desfrute dos detalhes da imensa estrutura do universo. Este desfrute é o mesmo que uma reação de nosso contato com o dito universo. Se não fosse isto, o que poderia ser a árvore da ciência ? Se não fosse isto, o que poderia ser se não fosse o desfrute dessa árvore ? E de onde obtemos conhecimentos e saber ? Não é precisamente através do contato com os seres e as coisas que nos rodeiam ou com as manifestações e fenômenos da natureza ? Como poderíamos viver, adquirir conhecimentos saber sem esta relação ? É certo que a Bíblia se refere à árvore da ciência de maneira diferente. Eva diz à serpente : «podemos comer livremente o fruto das árvores de todo o jardim. Mas o fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus : « não o comais e nem o tocais, sob pena de morte » (Gen.3,2-3) A serpente responde então à mulher : « De maneira alguma morrereis. Mas isto era precisamente o que deviam fazer. De que outra maneira poderiam chegar a ser imagem e semelhança de Deus ? Um homem que não conhece a diferença entre o bem e o mal não pode ser um homem perfeito ou completo à imagem e semelhança de Deus. Um homem à imagem e semelhança de Deus não poder ser um homem sem conhecimento. Parece que esta passagem bíblica pertence à uma seita ou concepção religiosa antiga na qual o ocupar-se puramente com o material era algo pecaminoso. Considerou-se o mundo material como a árvore da ciência, viram suas guerras, manifestações mortíferas, dores e sofrimentos e supôs-se , conseqüentemente, que não se devia cultivar este tipo de vida, mas limitar-se ao cultivo do espiritual, do cultivo aos deuses. Portanto, a citação bíblica era já anacrônica quando foi incluída na Bíblia. Os homens deviam, por conseguinte, comer da árvore da ciência. A serpente não seduziu Eva, apenas a guiou. Por conseguinte, a serpente aparece aqui como a primeira manifestação revelada do princípio de Cristo ou da redenção do mundo.
A criação do homem por Deus não é a criação de um novo ser vivo
Como Deus criou o homem ? A criação do homem por Deus não era algo que podia ser feito em um dia. A criação do homem por Deus é um processo que abarca milhões de anos, que começou no reino mineral e foi levado através do reino vegetal até o homem incipiente do reino animal. Este todavia não chegou a ser perfeito ou a estar completo à imagem e semelhança de Deus.
Quando se fala da criação do homem por Deus, não se trata de que Deus cria um ser vivo de modo total. Em cada ser vivo existe um núcleo, também vivo, que o dirige. Este núcleo é uma realidade absoluta e eterna. Jamais foi começado e nunca deixará de existir. Este núcleo é o que, segundo o Livets Bog ( O livro da vida), constitui o Eu do ser vivo. Este eu forma, junto com a estrutura orgânica e cósmica igualmente eterna, o que realmente está vivo no ser. Por meio de sua existência eterna está, portanto, absolutamente acima de toda criação. Pode ser influenciado por fenômenos espirituais e materiais circundantes, do mesmo modo que ele também pode influir nestes mesmos fenômenos. Através desta influência mútua entre este Eu e o mundo que o rodeia surge esse processo no Eu ao que chamamos de « a experiência e manifestação da vida ». Através deste processo o Eu se vincula à matéria e cria seu corpo físico e espiritual, tornando-se acessível à percepção sensorial. Deste modo pode experimentar aos outros seres e ao mesmo tempo ser experimentado por estes. Este corpo físico é o que o homem incompleto acredita ser o que constitui o ser vivo total. Este homem é, relativamente, incapaz de compreender este núcleo imortal e verdadeiramente vivo do ser que existe detrás do corpo físico criado e visível.